O líder da UNITA anunciou hoje a candidatura a um quarto mandato na liderança do principal partido da oposição, afirmando que vai continuar a criticar o Presidente José Eduardo dos Santos.
I saías Samakuva disse no seu discurso de apresentação que com a sua candidatura, a ser disputada no XII congresso do partido, a realizar-se em Dezembro próximo, responde positivamente aos apelos e anseios dos militantes do partido.
O actual líder está em funções desde 2003, no congresso que se realizou na sequência dos acordos de paz do ano anterior e da morte do fundador da UNITA, Jonas Savimbi.
Na apresentação de hoje, Isaías Samakuva acrescentou que se candidata por partilhar da mesma convicção dos militantes, de que “como a mudança está a chegar, o trabalho de preparação da UNITA para disputar a vitória nas eleições gerais de 2017 precisa de ser concluído pela mesma equipa que o iniciou, aquela que causou a mudança”.
Candidato à sua sucessão, sublinhou que na UNITA não há poder, um atributo apenas do Estado, quer no plano sociológico, quer no plano jurídico.
“A UNITA é uma máquina eleitoral, que concorre para a formação da vontade popular, visando disputar regularmente, em ciclos eleitorais democráticos, o exercício do poder do Estado. Ela propõe-se a utilizar o poder do Estado, e não o dela, para servir Angola e os angolanos por via da realização do seu programa”, frisou.
O candidato à presidência do maior partido da oposição angolana referiu que na apresentação de candidaturas normalmente são exprimidas intenções e promessas em caso de vitória, mas o trabalho desenvolvido ao longo do tempo que se manteve à frente do partido é suficiente.
Em declarações à imprensa no final do acto, Isaías Samakuva disse que no partido nada o impede de se candidatar a um quarto mandato, já que não existem limitações a este exercício nos estatutos do partido.
“Eu estou à vontade para fazer o que estou a fazer, se o estatuto do nosso partido tivesse essa cláusula eu não daria um passo sequer”, afirmou Samakuva, cuja candidatura tem como lema “Unidade e Acção para a Vitória em 2017”.
Sobre o paradoxo, críticas ao chefe de Estado angolano pela permanência excessiva no poder – desde 1979 – e o número de mandatos que acumula, Isaías Samakuva disse que vai continuar a reprovar.
“É um princípio que vou continuar a defender”, sublinhou.
Isaías Samakuva foi o segundo a apresentar a candidatura ao cargo de presidente do partido, tendo já o antigo secretário-geral do partido Paulo Lukamba “Gato” feito o mesmo na quinta-feira, faltando apenas Abílio Kamalata Numa – que também já anunciou a intenção -, ambos deputados da UNITA.
Samakuva saudou as candidaturas anunciadas, expectante de que “o seu contributo seja útil para o debate de ideias e para a afirmação de estratégias que concorram para a prossecução do programa da UNITA e o alcance dos seus objectivos”.